sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A face do ensino superior em 2009


Nesta semana o INEP divulgou os resultados do Censo do Ensino Superior do ano de 2009. Comento alguns números no dia de hoje.

Em 2009 tínhamos 5,9 milhões de brasileiros no ensino superior. O número de matrículas continua sendo majoritária no setor privado, que corresponde a 74,4% do total. Na fatia ofertada setor público o censo detectou 14,1% de matrículas em instituições federais, 9,5% em instituições estaduais e 2% em instituições municipais.

A oferta de vagas em 2009 também foi majoritariamente privada. Foram 4.264.700 vagas privadas contra apenas 461.694 da rede pública. O problema é que a concorrência existe somente na rede pública, onde em média para cada vaga existiram 5,92 candidatos (quase seis para cada vaga). Nas instituições privadas essa disputa não foi nem de um candidato para cada vaga.

O perfil dos docentes continua sendo bem melhor na rede pública do que na privada. Na rede pública 78,93% dos docentes trabalham em tempo integral, contra apenas 21,53% na área privada. A maioria dos professores da rede privada são horistas. O percentual de mestres e doutores na rede pública já chega a 75% contra apenas 55% na rede privada.

A relação professor X aluno também oferece melhores condições de ensino e de trabalho na rede pública, onde em 2009 existiam um professor para cada 12,39 alunos. Na rede privada este número é quase o dobro (um professor para cada 20,34 alunos).
Um dado que me preocupou foi que as matrículas presenciais e à distância de cursos de pedagogia praticamente são equivalentes, sendo 287.127 matriculas presenciais e 286.771 oferecidas à distância. Aliás, pedagogia é o curso com maior oferta nesta modalidade, tendo superado o curso de Administração. Parece que este dado mostra uma escolha de modelo para suprir a falta de formação dos docentes, especialmente os que estão em exercício.

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